Artigo - TRANSTORNO DO PÂNICO
Também conhecido como Síndrome do
Pânico
O Transtorno do Pânico se
caracteriza pela ocorrência espontânea e inesperada de crises de pânico –
ataques agudos e graves de ansiedade, de curta duração, recorrentes e
frequentemente incapacitantes (obriga a pessoa parar de fazer o que estava
fazendo) – com ou sem fator desencadeante conhecido.
Exemplo:
Teresa é comissária de bordo e
depois de uma intensa turbulência durante o voo passa a sentir dores de cabeça
toda vez que entra no avião, melhorando ao término do voo. A comissária busca a
Terapia Transgeracional e durante a sessão surge um homem pilotando um avião de
combate, perseguido por outros aviões. Num determinado momento, ela sente dor
intensa na cabeça e tudo fica escuro. Ao final da sessão terapêutica a cliente
não apresentava mais a dor, que desapareceu definitivamente, inclusive durante
as horas trabalho.
Todos os animais – incluindo o
homem – possuem um sistema de "alerta", que é disparado toda vez que
acontece uma ameaça à integridade física. Seu propósito é defender o organismo
e manter a vida. Em alguns casos, a sensação de perigo iminente não é
proporcional ao fato real, mas sim relacionada a um trauma antigo, registrado
na memória inconsciente e herdado do campo de consciência da família de origem
ou da consciência arquetípica da pessoa (pode-se pensar em vida passada).
Depois de um ataque de pânico é
possível que a pessoa desenvolva um medo de estar sozinha em lugares públicos
(agorafobia), especialmente se for difícil encontrar auxílio, caso os sintomas
surjam novamente. Isso faz com que o indivíduo passe a solicitar a companhia de
amigos ou parentes.
Os sintomas podem ser confundidos
com outras condições clínicas como o infarto agudo do miocárdio, arritmias,
doenças da tireóide e abuso de substâncias. Por seu cunho dramático, pessoas
que sofrem desse transtorno costumam procurar os serviços médicos de
emergência.
FATORES
DESENCADEANTES
O medo é uma antecipação de um
sofrimento que já aconteceu e que pode ter ficado registrado na memória
individual (pessoal), na memória da família de origem ou no inconsciente
coletivo (memória espiritual) daquela pessoa.
Como já disse, sob esse ponto de
vista, o Transtorno do Pânico é uma resposta natural de defesa para a
manutenção da vida física (reação de luta e fuga), desencadeada por situações
ansiogênicas que podem ter se originado em três momentos diferentes: (1)
traumas originados nessa vida, considerados eventos reais; (2) traumas herdados
do campo de consciência da família de origem; (3) registros de sofrimentos
vividos em experiências arquetípicas (vivências passadas).
Essa memória inconsciente explica
porque a resposta a uma situação traumática é sempre individual, tanto em
relação à intensidade quanto à duração do estresse pós-traumático. Diante do
mesmo evento, algumas pessoas tomam a frente e buscam os meios para sair
daquela situação, enquanto outras paralisam e bloqueiam qualquer tipo de ação.
OCORRÊNCIA
Interessante notar que esse
transtorno é mais comum em mulheres (2:1), começando em torno dos 25 anos.
Constatou-se uma suscetibilidade para desenvolver esses sintomas, de 4 a 8
vezes maior em filhos de pacientes com Transtorno do Pânico, sugerindo a
presença de um fator hereditário (herança familiar).
Os ataques de pânico podem
ocorrer em outros transtornos psiquiátricos, principalmente fobia social e
específica e transtorno de estresse pós-traumático.
CARACTERÍSTICA
DAS CRISES
As crises têm duração média de 20
a 30 minutos, com rápida progressão dos sintomas, atingindo o máximo de sua
intensidade em 10 minutos e raramente ultrapassando 1 hora. Podem se repetir
diariamente ou semanalmente.
SINTOMAS
PSÍQUICOS
Ataque súbito de extremo medo e
sensação de morte e catástrofe iminente, SEM causa aparente; medo de
enlouquecer ou perder o controle, desrealização (sensação de irrealidade
referida ao ambiente) ou despersonalização (estranheza referida a si mesmo).
Podem ser desencadeados pelo
estresse, por perdas, aborrecimentos ou expectativas.
SINTOMAS
FÍSICOS
Os sintomas físicos incluem
palpitação, sudorese, tremores, boca seca, calafrios ou sensações de calor,
sensação de falta de ar ou de asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea ou
dor abdominal, tontura e parestesias. Em 20% dos casos pode haver desmaio.
Explicação: o organismo se
prepara para um evento inesperado e terrível e despertam reações de defesa da
vida tipo LUTA-E-FUGA, com liberação de grande quantidade de ADRENALINA na
corrente sanguínea, provocando alterações fisiológicas necessárias para
“enfrentar o perigo”: atenção plena, aumento da frequência cardíaca e
respiratória que promovem uma melhor oxigenação dos músculos, deixando-os
prontos para agir, etc.
A hiperventilação (aumento da
frequência respiratória) geralmente realizada pela respiração bucal, se torna
um dos maiores incômodos desse transtorno por provocar uma diminuição do CO2
que tem como consequência um aumento do pH sanguíneo e diminuição do cálcio
(hipocalcemia) no organismo. São consequências dessas alterações:
NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
vertigem, escurecimento da visão, sensação de desmaio.
NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO:
parestesias (formigamentos) que comumente se iniciam nas pontas dos dedos e se
estendem para o braço ou para os pés, e adormecimento da região que do nariz e
ao redor da boca (característico do quadro).
NA MUSCULATURA ESQUELÉTICA: Um
aumento crescente da excitabilidade muscular, que costuma produzir tremores de
extremidades e espasmos (contrações de pequenos grupos musculares) com tremores
nas pálpebras, pescoço, tórax e braços, podendo chegar a tetania (contração
muscular persistente), com dor torácica na porção alta do esôfago, sensação de
aperto na garganta, dificuldade para abrir a boca e contratura das mãos. As
cãibras são muito frequentes.
ESTUDOS DE
NEUROIMAGEM revelam alterações no lobo temporal direito, núcleo caudado e
giro hipocampal. É possível que o sistema líbico e o córtex cerebral estejam
particularmente implicados na neuroanatomia desses transtornos.
PROGNÓSTICO
E TRATAMENTO
A medicina tradicional trata com
antidepressivos e benzodiazepínicos. A homeopatia tem se mostrado bastante
eficaz no tratamento desse transtorno.
Sempre é indicado procurar
tratamento psicoterápico. A Terapia Transgeracional tem por objetivo abordar
diretamente o inconsciente, identificando, elaborando e dissolvendo o bloqueio
traumático e liberando o sofrimento.
Dra. Laís de Siqueira
Bertoche
Cargo: Médica
Nenhum comentário:
Postar um comentário