quarta-feira, 4 de abril de 2012

Prevenir é a melhor forma de preservar a saúde auditiva


Prevenir é a melhor forma de preservar a saúde auditiva

Perda de audição compromete desenvolvimento, provoca zumbido e é irreversível.

No dia 07 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, data ideal para dar atenção à saúde auditiva. A audição é o primeiro sentido do corpo humano a se constituir no bebê, quando ele ainda está dentro da barriga da gestante. Por isso, ao nascer, a criança é capaz de reconhecer a voz da mãe e do pai quando há estímulos sonoros durante a gestação. “É importante que os pais conversem com o bebê antes do nascimento para que ele acostume com o som destas vozes e se sinta mais protegido após o nascimento”, destaca a otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.

Ouvir é fundamental para o desenvolvimento da comunicação, conhecimento do mundo ao seu redor por meio dos sons e desenvolvimento global do indivíduo. O reconhecimento dos sons, a identificação de objetos, a obtenção da fala e o aprendizado de conceitos dependem da audição. “As alterações que podem afetar a saúde auditiva podem prejudicar a educação da criança se não houver tratamento e acompanhamento adequado. As consequências da perda de audição são devastadoras”, observa a médica, mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

No Brasil estimativas apontam que a cada mil nascimentos de três a cinco bebês nascem surdos, cerca de 15% das crianças em idade escolar possuem deficiência auditiva leve e 2% deste universo precisa usar aparelhos de amplificação sonora. “Até 75% das deficiências auditivas podem ser identificadas ainda na maternidade, com a realização do teste de otoemissões acústicas, mais conhecido como teste da orelhinha. Esta triagem ajuda a fazer o diagnóstico precoce, ampliando as chances da criança de ter uma vida saudável mesmo com a presença de algum problema auditivo”, destaca.

Outros balanços apontam ainda que cerca de 25 milhões de brasileiros tem diminuição do limiar auditivo, 60% dos distúrbios de comunicação estão relacionados com a deficiência auditiva e 90% dos casos tem sucesso no tratamento. “Existem várias estratégias para tratar a perda de audição, mas a prevenção é a forma mais eficaz de preservar a saúde auditiva. A exposição a barulhos intensos é uma das causas mais frequentes de deficiência auditiva e há inúmeras maneiras de prevenir os danos causados pelos ruídos, mas poucas para reverter às lesões”, alerta. 

A especialista destaca que a exposição a ruídos intensos ocorre diariamente. O barulho do trânsito, aviões, construções, aparelhos de som e máquinas pode ser responsável pelos problemas de audição que afetam parte da população. “Mesmo quem não trabalha em locais considerados de risco para a saúde auditiva está correndo perigo. Várias situações do cotidiano são prejudiciais para os ouvidos. Uma pessoa não deve ficar exposta por mais de oito horas a um som de 85 decibéis (dB NA), intensidade equivalente a uma avenida movimentada”, esclarece.

O som alto danifica as células sensoriais que estão localizadas dentro do ouvido. As lesões comprometem o funcionamento destas células, que podem acabar morrendo, deixando como consequência a perda auditiva. O organismo não é capaz de fazer a reposição destes elementos e nem de regenerá-los quando sofrem alguma alteração, por isso a deficiência auditiva é irreversível. “Além da perda, o indivíduo pode apresentar zumbido e intolerancia para sons. Os sintomas da redução da audição são sutis e percebidos somente quando o quadro já está em um estágio avançado”, afirma.

Em casos de perda auditiva de grau leve acompanhada de zumbido uma das estratégias utilizadas no tratamento é a indicação do Neuromonics. O método reduz o foco de atenção do zumbido por meio do enriquecimento sonoro. “O paciente utiliza um dispositivo que possui um cartão de memória, onde ficam gravado um som neutro e uma música conforme o perfil de audição do indivíduo. Estes sons reduzem a percepção do zumbido, o paciente sente que está no controle da situação e fica mais relaxado”, acrescenta Rita, coordenadora do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba).

Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)

Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR



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